Século XVIII

O marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, foi o primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1759. Em seu governo tomou várias medidas para centralizar a administração da colônia para controlá-la de maneira mais eficiente como suprimir os sistemas de capitanias hereditárias, elevou o Brasil à categoria de vice-reinado, bem como, transferiu a capital de Salvador para o Rio de Janeiro.

Após conflito com a Companhia de Jesus, atribuindo-lhes intenções de opor-se ao controle do governo português, expulsou os jesuítas do Brasil em 1759.

Até a transferência da corte portuguesa para o Brasil, a educação da colônia passou por um período de desagregação e decadência. Em substituição as escolas jesuítas Marques de Pombal suprimiu as escolas jesuítas.  Em seu lugar foram criadas as aulas régias de Latim, Grego e Retórica que nem de longe conseguiram substituir o eficiente sistema de ensino implantado pela Companhia de Jesus. Em comparação com a amplitude das escolas jesuíticas, poucas aulas régias chegaram a ser instaladas, uma vez que é importante ressaltar que nenhum sistema passou a existir.  Segundo Valnir Chagas (1980) segue as principais características das aulas régias:

  • Cada aula régia constituía uma unidade de ensino, com professor único, instalada para determinada disciplina.
  • Era autônoma e isolada, pois não se articulava com outras nem pertencia a qualquer escola.
  • Não havia currículo no sentido de um conjunto de estudos ordenados e hierarquizados, nem duração prefixada se condicionava ao desenvolvimento de qualquer matéria.
  • O aluno se matriculava em tantas aulas quantas fossem as disciplinas desejadas.

Para agravar este quadro, os professores eram geralmente de baixo nível, improvisados e mal pagos, em contraste com o magistério dos jesuítas, cujo preparo chegava ao requinte. A partir de 1772 após a criação de impostos para o ensino – o subsídio literário -, foram instaladas 17 aulas de ler e escrever, 15 aulas de Gramática latina, 6 aulas de Retórica, 3 aulas de língua grega e 3 de Filosofia, em diferentes pontos da colônia.

Os estudos continuaram a ser ministrados em seminários de outras ordens religiosas paralelamente às aulas régias. Destaca-se o Seminário de Olinda criado em 1798 e instalado em 1800 por Dom Azevedo Coutinho, governador interino e bispo de Pernambuco. O seminário tornou-se centro de difusões de ideias liberais dando ênfase ao estudo das matemáticas e das ciências naturais. Alunos e padres do seminário participavam de vários movimentos revoltosos, como a revolução Pernambucana, de 1817, e a Confederação do Equador, de 1824. Pode-se afirmar que o ensino secundário do Seminário de Olinda tinha a estrutura curricular propriamente dita, com cursos que tinham duração determinada e os estudantes eram reunidos em classe trabalhando de acordo com um plano previamente estabelecido.

O movimento naturalista representou uma revolução na educação, uma vez que na última parte do século XVII e maior parte do século XVIII o formalismo estéril e sem vida que dominou a religião se refletiu também na educação. Rousseau em suas obras deu amplo espaço ao sentimento e a natureza, por este motivo ele é considerado romântico e naturalista, segundo ele o ser humano é bom e naturalmente bom. É a sociedade e a civilização que o põem a perder.

Rousseau de contrapõe-se frontalmente às ideias predominantes na época sobre a natureza humana. Segundo essas ideias, a natureza humana seria essencialmente má e caberia à educação destruir a natureza original e substituí-la por outra modelada pela sociedade. Para se opor a essa maneira de pensar Rousseau começa sua importante obra Emílio ou da Educação representando uma total transformação na concepção da Pedagogia, privilegiando a abordagem antropológica, o sujeito e a criança. Centrou sua abordagem na criança, considerada não apenas um ser em construção, mas um ser perfeito. À valorização do jogo, do exercício físico, do trabalho manual e da higiene foi considerado como um aspecto positivo no pensamento pedagógico de Rousseau que refere à redescoberta da educação dos sentidos.