Século XVII

A história da educação no Brasil teve inicio após a chegada dos jesuítas em 1549 no século XVI, visando à propagação da fé. No litoral inseriram-se nas aldeias indígenas, fundando conventos e colégios. Os jesuítas lançaram as bases de um vasto sistema educacional, que se desenvolveu progressivamente com a expansão territorial da colônia. Tinham como principal objetivo deter o avanço protestante através da educação das novas gerações e por meio da ação missionária, no intuito de converter à fé católica os povos das regiões que estavam sendo colonizadas.  Por dois séculos, foram os principais educadores do Brasil, ao lado de outras ordens religiosas que também mantiveram escolas, como a dos franciscanos.

Para os jesuítas seria mais fácil submeter o índio e tomar suas terras se aqui se apresentassem em nome de Deus, dedicando-se a duas tarefas principais: a pregação da fé católica e a educação. Queriam que os índios aprendessem a ler, escrever, contar e a falar o português, com o trabalho missionário procurava salvar as almas dos índios.

Humanistas, os jesuítas queriam transmitir aos discípulos o gosto pelas atividades literárias e acadêmicas, de acordo com a concepção de "homem culto" vigente em Portugal. Já havia cursos de humanidades em seus colégios do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Os colégios que tiveram maior influência foram os de Todos os Santos, na Bahia, onde Antônio Vieira foi educado, e o de São Sebastião, no Rio de Janeiro. Apresentava o sistema educacional jesuíta em sua forma mais completa, desde o curso de humanidades até o de teologia e ciências. Eram os centros, por excelência, de formação dos líderes religiosos.

Portanto, os jesuítas assumiram a educação dos filhos dos senhores de engenho, dos colonos, dos escravos africanos e dos índios. Exerciam grande influência em todas as camadas populares para transformar todos em filhos da Companhia de Jesus e da Igreja.


 
Alguns métodos pedagógicos dos jesuítas destinados aos professores para que desempenham-se bem o seu papel:

  • Aprendizado das letras aos jovens confiados à educação da Companhia e dos costumes dignos de um cristão.
  • Recitar uma oração, todos os alunos ouvirão atentamente de cabeça descoberta e de joelhos.
  • Assistir todas as missas e pregações.
  • Alunos recitem as lições aprendidas de cor.
  • Todos os dias o professor deveria corrigir os trabalhos dos alunos um a um.
  • Não ser precipitado no castigar, é útil em lugar do castigo acrescentar algum trabalho literário além do exercício de cada dia.

Comênio foi considerado o mais importante pensador do século XVII, escreveu mais de cem tratados e livros. Suas principais ideias educacionais estão contidas em sua obra Didática magna, que fala de numerosos assuntos relacionados com a educação. Afirmava que o objetivo da educação é auxiliar o homem a alcançar o seu fim último, ou seja, a felicidade eterna com Deus. As inovações propostas por Comênio ao contrário de outros que afirmavam que a educação para alcançar seu objetivo deveria tentar destruir os desejos naturais, instintos e emoções, deveria ser alcançada pelo domínio de si mesmo, o qual é assegurado pelo autoconhecimento e pelo conhecimento de todas as coisas úteis. Sendo ele um clérigo, acreditava que isso só seria possível alcançar através da universalização da mensagem divina, através da leitura da Bíblia e com a moralização das grandes massas. A proposta didática de Comênio é grandiosa de fundamental importância para a educação do século XVII através do livro Didática magna publicada em 1632.